Copo
americano™

de objeto
banal a ícone

Todas as artes presentes na linha do tempo são peças contemporâneas, produzidas por artistas a partir do ano de 2018 e escolhidas a fim de ilustrar a presença do Copo Americano™, assim como suas diversas interpretações e assimilações culturais ao longo da sua história e não necessariamente possuem um vínculo temático com o texto ao qual estão conectadas. O seu uso foi cedido por todos os artistas envolvidos para este projeto, e todos são devidamente creditados diretamente na linha do tempo. Mais detalhes sobre as peças, assim como o contato de seus autores, podem ser encontrados na página Sobre.

Linha do tempo
1900—1910
Trem para São Paulo capital
Passando por um processo de mudança do centro econômico do Rio de Janeiro para São Paulo, o estado está no seu processo de industrialização e crescimento da economia no início do século XX, apresentando cada vez mais oportunidades de trabalho e mercado. Nadir Figueiredo, na época com 12 anos, deixa Belo Horizonte, após a morte de seu pai em 1903, para trabalhar em São Paulo (SP) a fim de auxiliar financeiramente sua família.
Arte por Miss Lazy Fat Cat (2020)
Primeira Guerra Mundial
(1914-1918)
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito bélico envolvendo grandes potências mundiais da época. A guerra durou em torno de 4 anos, do ano de 1914 ao ano de 1918, mudando o cenário mundial econômica, política e geograficamente, em adição aos seus enormes efeitos em toda a população, principalmente dos países diretamente envolvidos. O Brasil rompeu sua neutralidade em 1917 após um ataque a um de seus navios, entretanto a participação geral do país no conflito é considerada pequena.
Gripe Espanhola
(1918-1920)
Em adição, no último ano da Primeira Grande Guerra se sucedeu a pandemia do vírus influenza, conhecida popularmente como Gripe Espanhola. Esta apresentou diversos aspectos não antes vistos em outra epidemia até o momento e um considerável número de óbitos ao redor do globo, incluindo no estado de São Paulo (Brasil). Ambos eventos tiveram efeitos econômicos, sociais e políticos em escala global nos anos que se seguiram.
1910—1920
O início
Após trabalhar por oito anos nas Lojas Guinle, no centro de São Paulo, Nadir Figueiredo cresce do seu cargo de entrada, movendo-se pelos diversos setores da loja, para um cargo de chefia de escritório. Em 1912, utilizando-se dos conhecimentos de maquinário adquirido, abre sua própria oficina, batizada com seu próprio nome, de manutenção de máquinas de escrever, em conjunto com seu irmão Morvan. A empresa apresenta um crescimento rápido, principalmente devido a falta de serviços especializados e as rápidas mudanças tecnológicas experienciadas na cidade. Em apenas 2 anos a empresa quintuplicou seu número de funcionários e proveu diversos serviços para órgãos públicos como gabinetes municipais.
Arte por Santiago Mourão (2018)
Arte por Diana (2021)
1920—1930
A quebra
Devido a crise instaurada mundialmente após a Guerra e a pandemia, a empresa se vê obrigada a despedir todos seus funcionários e mantém-se a base apenas dos dois irmãos Figueiredo. Estes conseguem, durante esta década, reerguer a empresa, agora com o nome Nadir Figueiredo S/A, e mudam-se para um armazém maior a fim de expandir seus negócios na produção de metal. Nesta época, um dos irmãos mais novos de Nadir e Morvan, Zely, se muda para São Paulo e é eventualmente adicionado à sociedade, assumindo o departamento de vendas da empresa.
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Crise de 1929
(1929-1930)
Conhecida também como a Grande Depressão, foi a maior crise financeira dos Estados Unidos, tendo desdobramentos na economia mundial. A crise inicia-se no ano de 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque mas persiste durante a década seguinte, acabando apenas com o início da Segunda Guerra Mundial.
1930—1940
Nadir Figueiredo S/A
Diferentemente das décadas anteriores, devido ao tamanho e sucesso da empresa, a Crise de 1929 não apresentou um grande golpe e a Nadir Figueiredo S/A seguiu em crescimento com um portfólio de produtos em constante evolução. Nesta época, trabalhavam principalmente com a produção de metais, focada em luminárias urbanas. Em 1932 são convocados a produzir munição e capacetes para aqueles que lutaram na Revolução Constitucionalista, parando toda sua produção em função disto. Retornam à sua produção normal ao final da revolução e nos anos seguintes adicionam a falida Cristaleria Barone à sua produção, tornando-se capazes de produzir também as peças de vidro dos seus produtos, que anteriormente eram importadas. A Nadir Figueiredo S/A apresenta um dos seus maiores crescimentos até o momento nesta década.
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Arte por Luciane Marcolla C. (2022)
Revolução Constitucionalista
(Julho a Outubro de 1932)
A Revolução Constitucionalista é considerada um movimento armado que durou em torno de 3 meses no ano de 1932 e que lutava para derrubar o governo provisório instaurado por Getúlio Vargas e exigia a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte - visto que a constituição em vigor havia sido derrubada por Vargas. Em sua maior parte desenrolou-se no estado de São Paulo.
Segunda Guerra Mundial
(1939-1945)
A Segunda Guerra mundial foi o conflito militar armado que se sucedeu entre 1939 e 1945, entre as grandes potências mundiais divididas em duas alianças: Aliados e Eixo. Esta Guerra foi sem precedentes em abrangência, sendo considerada um dos conflitos mais letais da história. Com seu término se sucederam significativas mudanças na estrutura social e política global. Como consequência também notam-se crises econômicas em diversos países afetados pelo conflito
Arte por OieMare (2021)
1940—1950
O nascimento do Copo
Já estabelecidos como “estimados industriais” no país, e sempre em busca de expansão e inovação, os sócios da empresa participam de diversas Feiras Industriais nacionais e internacionais, a fim de estudar novas tecnologias. A situação econômica do Brasil, mesmo após a Segunda Guerra Mundial difere de outros países e combinado com o crescimento da indústria presente desde o início do século apresenta um ambiente propício a ainda mais expansão industrial interna. Em 1945 Nadir viaja aos EUA e adquire duas prensas hidráulicas especializadas em produtos de vidro, tecnologia ainda escassa no país. Com este maquinário a empresa foi capaz de produzir em 1947, pela primeira vez, a primeira versão do que virá a ser conhecido como o Copo Americano™.
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1950-1960
O processo
A produção do Copo Americano™ começa lenta, com 10 copos por minuto, mas a partir de meticuloso estudo das máquinas e adaptações personalizadas pelos próprios, sua produção eventualmente aumenta para 100 copos por minuto. As aparições em publicidades em periódicos ainda são escassas mas este cresce em popularidade durante a década, sendo um produto considerado durável e barato, além de ter uma produção inovadora para a época.
Arte por Vectoria (2020)
Arte por Anatriz (2020)
1960-1970
O carro da publicidade está passando
Nesta década houve uma explosão de publicidades e a presença do Copo Americano™ apenas aumenta nos periódicos e, consequentemente, nas casas e estabelecimentos do país. O Copo aparece quase sempre acompanhado de uma pequena ilustração e é figura cativa dos jornais da época. A empresa segue em expansão, participando de feiras industriais e adaptando-se aos novos hábitos de consumo do seu público, oferecendo conjuntos mais duráveis, baratos e em menor número, como o conjunto de 6 Copos Americanos™.
1970—Atualidade
Estrela do catálogo
Nesta altura, o Copo Americano™ já havia se tornado uma figura corriqueira, familiar a muitos brasileiros e a empresa, tendo este conhecimento, decide investir em peças publicitárias que reforçam esse status de queridinho do Brasil, que parece ter nascido naturalmente. O copo figura em receitas e reportagens e eventualmente ganha notoriedade fora do país. Atualmente a Nadir Figueiredo possui uma produção de 440 Copos Americanos™ por minuto e sua linha foi expandida para além do produto original. A popularidade adquirida pelo Copo Americano™ permite a diversificação de seus produtos, assim reforçando sua presença também no imaginário brasileiro.
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Arte por Bianca Zerbatto (2021)

O Copo Americano™ figura na vida cotidiana brasileira há algumas décadas, presente nas memórias e momentos, traçando sua própria história a partir de cada uma das suas. E é assim que objetos seguem vivos, ganhando novos significados e ressignificando antigos objetos a partir de novos olhares, cenários, acontecimentos e épocas.